quarta-feira, 13 de julho de 2011

Circuito Athenas, 2ª Etapa: O valor do apoio

Cena 1: O cara cruza o pórtico de chegada, retira o óculos escuro, um high-tech com uma micro-câmera embutida, vira as lentes de frente para ele e, de punho fechado, declara para o óculos: é isso aí garoto, rumo à maratona!

Cena 2: Solitário, o atleta acaba de retirar sua bolsa no guarda-volumes, revira insistentemente o seu conteúdo e finalmente saca uma câmera fotográfica, olha para os lados e me descobre, sorrindo, pede para que eu tire uma foto dele.

Pois é, quando fico nos bastidores observo a diversidade fascinante que desfila pelo asfalto, hora rápida, hora lentamente. Pelos semblantes você distingue os que estão ali atrás de uma superação: uma deficiência, uma doença, uma mudança de hábitos, algo que precisa ser superado e que se reflete no olhar concentrado e tenso. Os que estão atrás de mais uma conquista, uma melhora no tempo, o momento da colheita do trabalho que vem sendo cultivado: calmamente concentrados, respiração controlada, movimentos precisos. A turma do ôba-ôba, que corre 100 metros, caminha 100, corre outros 100, conversa com o colega ao lado, acena para o fotógrafo, para o cachorrinho e não entende por que os outros passam tão rápido por ele. E finalmente, os que definitivamente não deveriam estar ali, colocados nessa fria por uma namorada "pilhada", para acompanhar a galera ou seduzidos pela mídia que vende saúde e performance imediatas com o tênis "maneiro" ou com o frequencímetro high-tech, transpirando profusamente e respirando tão ofegantes, que parece que acabaram de ser salvos de um afogamento. Descobri que para cada um deles, sejam quais forem as metas, alcançadas ou não... não há nada como o sorriso de um apoio na chegada, admitam eles ou não. Tirando a sua foto, perguntando como foi o seu tempo e se tá tudo ok.
Por essas e por outras é que aproveito aqui para elogiar e agradecer a presença de nossos apoios, inclusive quando eles me esperam na chegada e nem na corrida eu estou... Eu detestaria ter confraternizar com minha própria câmera...
E a corrida? Gente, corrida da Iguana, toda certinha, percurso pegando o Elevado da Perimetral, distâncias de 5 e 10 milhas, postos de hidratação abundantes, mas no posto que servia isotônico houve engarrafamento. É preciso repensar isso, primeiro por que não dá para encher copinho na mesma velocidade que são retirados pelos atletas, depois, por que, ou você para de correr para beber o troço, ou corre o risco de  lambuzar a cara (ou será que a falta de coordenação é minha?). Ainda comentando da organização, testemunhei, enquanto aguardava a Lôra chegar, algo que me deixa um pouco incomodado: o apoio médico. Não sei se médicas, enfermeiras ou paramédicas, o fato é que enquanto as duas moçoilas desfilavam seus jalecos  brancos e papeavam DE COSTAS para a pista, um corredor chegou e vomitou duas vezes sem que nenhuma delas se desse ao trabalho de perguntar como ele estava... Alô, Iguana, vamos dar uma dura nesta turma, brincar de médico prá mim é outra coisa... pista de corrida é prá gente séria.
Finalizando, parabéns para nossas corredoras, Olga nas 5 milhas e a Lôra nas 10.

Um comentário:

  1. A cada novo artigo os escribas têm se superado na criatividade e na riqueza dos textos.
    Falam, perdão, escrevem mal quando o evento é ruim e vice-versa.
    Isso prova que são só os tempos que são superados desde a criação do blog. A escrita tem se demonstrado campeã e digna de subir ao pódio.
    Parabéns para as nossas beldades pela bela participação.

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