quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Dez Milhas Garoto: correndo em terras capixabas

Há menos de uma semana de completar aniversário do rompimento do tendão, estávamos na praia de Camburi, em Vitória, eu e Marcelo, para correr e a Lôra e a Cynthia de apoio. Muitas figurinhas folclóricas as quais já estamos acostumados nas corridas aqui no Rio se fizeram presente em Vitória, como por exemplo o cacique que corre descalço.
Largada às 9:00 da manhã, com o Sol relativamente alto e já forte, as ruas da cidade se coloriram de amarelo, a cor da camiseta oficial. Pouco depois do 4º km vem o verdadeiro desafio da prova, a subida da Terceira Ponte de Vitória. Ligando Vitória à Vila Velha, a ponte tem 3,3 km de extensão e um vão de... 70m de altura. Logo após a um ponto de hidratação estrategicamente colocado antes da praça do pedágio, você faz uma curva e se depara com o monstro, a esta altura, já coberto por pontinhos amarelos (não, não é um protesto de Fandangos...). Bate um desânimo, mas a praça do pedágio está cheia de espectadores, que aplaudem e incentivam os corredores, dá um gás. Ao som de Black Eyed Peas subo empolgado junto a um pelotão dos Salva-Vidas de Vitória. Assim como na Corrida dos Fuzileiros, é comum a participação de pelotões, com a galera cantarolando e marcando ritmo. Que eu me lembre, tinham os pelotões da PM de Vitória (masculino e feminino), bombeiros, fuzileiros e exército.
Nenhum vento na subida para minimizar os efeitos do calor, mas na descida da ponte, um solidário morador estica uma mangueira de jardim, refrescando os atletas. Dali prá frente, o percurso segue por Vila Velha até a praia da Costa, retorna passando próximo a um dos acessos do Morro do Moreno, point de escalada da região e onde tanto esfolei os dedos na época em que morava por lá (deu saudades), e segue até a Fábrica da Garoto, trecho onde ainda havia algumas subidinhas, mas o que é um peido prá quem já tá cagado? Por todo esse trecho, o público aplaudia e incentivava os corredores com uma animação que eu não vejo aqui no Rio, cidade que se prepara para receber as Olimpíadas!!
Numa dessas subidas do trecho final, passo pela ambulância da organização atendendo a um corredor desacordado na calçada. Pouco depois, essa ambulância passa de sirene aberta pelo único trecho possível, a área reservada aos atletas, mas com todo o cuidado e devidamente escoltada. Acreditam que teve corredor achando aquilo um absurdo?! Não me contive e passei uma descompostura no indivíduo... por sorte ele já não tinha mais fôlego nem para discutir nem correr atrás de mim...
E finalmente dobro na rua da fábrica: Lá estava o pórtico de chegada, arquibancadas e o público animado. Finalmente tinha concluído um sonho que alimentava há anos, desde a época em que nem corria... e de tendão inteiro dessa vez.

Comentários Gerais:
1) Em um evento que atrai gente de estados diferentes e que dá uma promoção absurda para a marca, a lojinha da fábrica não devia funcionar até mais tarde? Pelo menos durante o mesmo período de entrega de kits. Presenciei gente chegando no portão da loja, que fechou às 14h com pontualidade britânica, reclamando que tinha vindo até Vitória, correr a Garoto, e não ía comprar nem um bombonzinho...
2) A camisa "cheguei" do evento, eu entendo, é a cor da marca... mas galera que produziu outros itens associados, como agasalhos e camisetas de finisher, precisa trabalhar mais a cachola criar produtos melhores...
3) Postos de hidratação: acho que estavam bem distribuídos, inclusive com posicionamento estratégico antes e depois da ponte, mas nenhum nela, evitando sujeira na própria ponte e, eventualmente, nas águas do canal de Vitória. Legal! O porém fica pelos postos em si, com distribuição em apenas um lado da pista, causando congestionamento e confusão. Além disso, haviam placas avisando que a hidratação estava à 50m. Cinquenta metros compridos esses... fita métrica pro povo, hein... e após uma das placas não teve posto...

Agradecimentos:
A minha Lôra, que não pôde correr por problemas no joelho, mas serviu de apoio, na largada, e depois resgatando a gente na chegada, em Vila Velha.
Ao amigo Marcelo, que partilhou o sonho e foi lá carregar as cores da equipe, mesmo sem treinar ou correr desde a Golden Four, e ainda arrastou a Cynthia junto...
Ao Salvamar de Vitória, cuja animação foi fundamental para que eu conseguisse subir a 3ª Ponte.
Ao público capixaba que prestigia a corrida com um carinho e animação que eu não vejo nas corridas do Rio. Show!!!


Consideração final:
Virando em frente a praia da Costa, havia um cartaz da organização com os dizeres: Agora é só seguir o cheiro de chocolate. Sabem que eu cheguei mesmo a sentir o cheiro?! Miragem olfativa? Delírio por fadiga? Marcelo, seu depoimento, por favor!!






Percurso:

2 comentários:

  1. Parabéns Marcelo e Redi por terem representado a AZO SPEED nessa prova de muito prestígio nacional, e as meninas Luiza e Cinthia pelo apoio dado. Depois informem os seus tempos.
    Só não está me dando inveja porque realmente tenho de ficar de molho por algum tempo (pelo menos para corridas mais pesadas). A ressonancia acusou estiramento na panturrilha, grau 1, a mesma que esta afastando o Deco (jogador do Fluminense)por cerca de um mês dos campos de futebol.
    Eu me inscrevi na Corrida dos Fuzileiros e na Fila Night, espero que esteja em melhores condições até lá.
    Começo minha fisioterapia na terça-feira.
    Mais uma vez, parabéns a todos.
    Manoel

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  2. Uma das músicas que escutei na ponte foi "Highway to hell" do AC/DC...Realmente é um trecho bem complicado.
    Mas é uma bela prova. Mesmo sem correr há quase dois meses (meu tempo foi de 1:51:54), ver a animação das pessoas durante o percurso e a chegada com direito a arquibancada lotada...tem que ir lá e encarar o percurso bem seletivo. Programando com antecedência, dá para conseguir passagem e hotel com preços bem acessíveis.
    O que poderia melhorar seria o local para entrega do kit. Como estava em Vitória, próximo ao local da largada, se deslocar até a fábrica da Garoto foi um pouco complicado.
    A questão da água é algo que pode e deve ser revisto. Os pontos de hidratação são suficientes, mas a forma da distribuição foi atrapalhada em alguns pontos.
    Agradeço a Cynthia que, mesmo não correndo, teve disposição em sacrificar um final de semana para dar aquela força.
    Retribuo o agradecimento ao amigo Redi que deu alguns toques importantes sobre o percurso e dicas sobre a cidade, a Luiza pelo apoio e, principalmente, aos pais dela, que me deixaram no hotel a tempo de não perder o vôo.

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